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Dicas: A 1º Caixa Surpresa

O relógio está preso em seu tique taque de sempre. Mais alguns segundos e a promessa de um novo ano, melhor do que o último, está preso em nossas gargantas. Nossas esperanças, crenças, sonhos e simpatias nos dão a certeza de um começo melhor. Seja passando os últimos momentos do ano em uma festa, ao lado de familiares ou apenas com você mesmo, assistindo um bom filme, é sempre reconfortante renovar nossas esperanças para o ano vindouro.
Cena do filme 200 Cigarros                              Divulgação/MTV Productions/GIF
Por isso, na primeira edição da nossa categoria Caixa Surpresa, temos uma proposta diferente: a cada semana, indicamos 1 livro, 1 filme e 1 álbum para que seu final de semana seja ainda melhor. Você pode acabar conhecendo uma antiga (nova) banda ou músico e até se apaixonar por uma história diferente. E não há nada melhor do que conhecimento para nos inspirar.


Como o nosso tema desta 1º Caixa Surpresa é o Ano Novo, não poderíamos deixar de indicar obras que dão uma nova direção para o que significa o novo, mesmo se ele for antigo!


Sugestão de livro: Como Era Verde Meu Vale - Richard Llewellyn 


A nostalgia presente na obra de Richard Llewellyn é desconcertante, porque apesar de nenhuma daquelas situações narradas terem acontecido com você, a familiaridade delas faz com que se sinta presente a cada passo dado pelos personagens. O autor conta todas as vaidades, as traições, as loucuras e os amores da família Morgan vistas através dos olhos de um narrador que nunca parece crescer: como se ele tivesse parado no tempo do vale. 

O livro narra a história de Huw, um jovem garoto galês, e sua grande família enquanto vivem humildemente em seu vale. A inteligência de Huw, portanto, é comemorada, já que, assim, ele pode ter um futuro melhor do que seus parentes. Porém, o destino acaba interferindo na vida de todos os dez irmãos, que entre casamentos infelizes, amores não correspondidos e tragédias mortais, nunca deixam de amar a terra na qual nasceram

Lançado em 1939, não demorou muito para que o talentoso diretor John Ford resolvesse transformar o livro em filme, dois anos depois. Com Maureen O'Hara e Walter Pidgeon no elenco, o longa-metragem acabou ganhando cinco Oscars, inclusive o de melhor filme (o que na época foi um escândalo, já que estava concorrendo contra Cidadão Kane de George Welles). 

Com uma linguagem saudosista, quase como se Richard tivesse sido galês ele mesmo, ler Como Era Verde Meu Vale é como comer sua comida favorita preparada pelas mãos de sua mãe e, convenhamos, não existe nada melhor do que isso. 

Sugestão de Filme: 200 Cigarros (1999) 
Divulgação/MTV Productions
Antes da versão água com açúcar de Garry Marshal sobre o ano novo ser lançado, a novata diretora Risa Bramon Garcia resolveu apostar sua sorte em Hollywood com um roteiro que contava a história de vários jovens, que entre encontros e desencontros, tentavam encontrar alguém para chamar de seu no Ano Novo de 1981. 

O filme, aliás, incluia todos os atores mais requisitados do fim dos anos 1990: Ben Affleck, Kate Hudson, Christina Ricci, Paul Rudd, Martha Plimpton e até Courtney Love, quando ela ainda levava a carreira de atriz à sério. E apesar de um elenco incrível e uma história fofa à la comédia romântica, o filme foi um fracasso de bilheteria e até hoje não conseguiu alcançar o status de cult

Convenhamos que 200 Cigarros (1999) tem lá seus defeitos: alguns personagens irritantes que em nada acrescentam à história e figurinos tão caricatos que acabamos sentindo que os personagens estão indo à uma festa a fantasia. Mas o longa-metragem, como uma comédia romântica, funciona bem. Temos personalidades diferentes que de alguma forma se mesclam e criam grandes histórias individuais. Um dos pontos altos da trama são as histórias das personagens de Kate Hudson, a Cindy, e Martha Plimpton, a Monica. 200 Cigarros também conta com a participação especial do músico Elvis Costello. 

E diversão é o que não vai faltar neste filme se for encarado como realmente é: uma comédia romântica.  

Sugestão de álbum: Debbie por Debbie Reynolds (1959) 
Divulgação/Hallmark
Debbie Reynolds ganhou fama aos 20 anos quando participou do filme Cantando na Chuva (1952). Mas foi quando estrelou no filme Tammy: A Flor do Pântano, cinco anos depois, que ela solidificou sua fama como atriz e, de quebra, conseguiu fazer sucesso com a canção-tema do filme,Tammy, que a rendeu um dos grandes prêmios da música: um disco de ouro.  

Assim, na época, pareceu lógico criar um álbum para Debbie Reynolds mostrar seu talento vocal. Com 12 faixas românticas, nem todas estão disponíveis para apreciação gratuita, mas com a perda inigualável de Debbie aos 84 anos de idade, um dia depois que sua filha Carrie Fisher morreu de um ataque cardíaco, acredito ser importante homenagear esta grande artista, que além de ter uma grande carreira cinematográfica, ainda tentava à todo custo, proteger as recordações da antiga Hollywood e pretendia criar um museu com artefatos daquela época. 

Com uma voz doce, embora sem treinamento profissional, Debbie sempre colocava muita emoção em suas atuações e músicas e isso ficará ainda mais claro quando você der uma chance ao seu álbum de estreia. E uma coisa posso atestar: que de novata, Debbie Reynolds nunca teve nada.  

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