Olivia de Havilland completa, hoje, um marco que poucas pessoas e artistas conseguiram alcançar: o de chegar aos 101 anos de idade, com muita saúde e vivacidade, visto que está processando o estúdio FOX por sua retratação feita na série FEUD, de Ryan Murphy, que contava sobre a desavença de Bette Davis e Joan Crawford.
A atriz, aliás, é conhecida por sua rivalidade com a irmã mais nova, Joan Fontaine - as duas não se davam bem desde crianças e quando ambas seguiram a profissão de atriz, a separação se tornou ainda mais forte - e por sua parceria de oito filmes com Errol Flynn, um dos galãs mais belos dos anos 30 em Hollywood. Olivia nega que os dois tenham se envolvido, mas em entrevista ela confessou: "Que homem ele era! Ele era o homem mais atraente, mais magnético e charmoso do mundo. Era isso que eu achava de Errol Flynn. Eu estava encantada por ele, e eu acho que ele queria ficar comigo, mas nunca ficamos. Eu acho que me arrependo disso agora. (...) Mas eu era muito afetada por ele. Era impossível não ficar."
Olivia e Errol durante a divulgação do filme A Estrada de Santa Fé (1940) Mike Mazzone/Thomas McNulty |
Mas não foi só com Errol Flynn que Olivia conseguiu criar uma parceria muito bem aproveitada: uma das grandes estrelas dos anos 30 e 40, De Havilland atuou com inúmeros atores como Ray Milland, Frank Sinatra, Robert Mitchum e Montgomery Clift, mesmo que, com esses, tenha contracenado apenas uma vez. Outros, no entanto, ficaram gravados em sua filmografia com parcerias que se repetiram várias vezes.
Confira as seis co-estrelas constantes de Olivia, a dama mais antiga de Hollywood, a seguir!
OLIVIA DE HAVILLAND E JAMES CAGNEY
James Cagney e Olivia em O Filhinho da Mamãe (1935) Divulgação/Gif |
Quando ainda era novata em Hollywood, uma das primeiras parcerias da atriz foi com o ator James Cagney. Conhecido pelo seu jeito durão, mas galanteador, a parceria de Olivia e James foi muito frutífera - os dois estrelaram juntos em três filmes: O Filhinho da Mamãe (The Irish in Us, 1935), Sonho de uma Noite de Verão (A Midnight Summer's Dream, 1935) e Uma Loira com Açúcar (Strawberry Blonde, 1941), ao lado de Rita Hayworth, a deusa do amor do cinema.
De acordo com a biografia Cagney de John Macbee, o filme Sonho de Uma Noite de Verão (1935), foi na verdade, o primeiro filme de Olivia nas telonas, sendo gravado no final de 1934. Cagney e Olivia, no entanto, não contracenaram um com o outro, já que ela interpretava Hermia e ele Nick Bottom, o personagem responsável pelo humor da peça e, correspondente, do filme.
Sobre trabalhar tão próximo de Olivia no filme O Filhinho da Mamãe (1935), no qual Cagney interpreta um promoter de lutas que acaba se apaixonando perdidamente por Lucille (Olivia de Havilland), o ator confirmou o que todos pensamos da atriz: "Ela era uma mulher formidável. Linda, como Maggie Lindsay, mas calorosa, calorosa. Uma felicidade foi trabalhar com ela." Olivia também revelou, em uma entrevista em 2006, que Cagney lhe deu uma dica muito importante sobre atuar: "Qualquer coisa que faça, que você realmente queira dizer isso."
OLIVIA DE HAVILLAND E ERROL FLYNN
A parceria de Errol Flynn e Olivia de Havilland é tão extensa e complexa que poderia se escrever um livro apenas sobre isso, coisa que aconteceu quando foi publicado, em 2010, a obra Errol & Olivia: Ego & Obsession in Golden Era Hollywood de Robert Matzen.
A combinação Flynn-De Havilland começou em 1935 com o filme Capitão Blood (Captain Blood, 1935) e se estendeu até os anos 40, com a película Graças Á Minha Boa Estrela (Thank Your Luck Stars, 1943) embora os dois não tenham contracenados, juntos, na mesma cena, no filme. Segundo uma entrevista da estrela, em 1942, para a revista PhotoPlay, o primeiro encontro entre os dois foi química pura! Olivia estava esperando para gravar no set, bem antes de sequer contracenar com ele, em 1934, desenhando em um canto, quando um homem encantador parou ao lado dela e se apresentou como Errol Flynn. Ele pediu seu número de telefone, ela negou. Ele a chamou para almoçar e ela também negou.
No dia seguinte ele compareceu no set de filmagens novamente e insistiu para levar Olivia para jantar. Ela afirmou que não jantava com estranhos, mas ele seria bem-vindo para tomar chá com ela e sua família. Errol, é claro, negou o pedido e alguns meses depois casava-se com Lili Damita. Dois meses depois, ele e Olivia começavam a gravar Capitão Blood (1935). Ele era um novato, ela tinha bem mais experiência do que ele, mas ficou contente ao saber que contracenaria com um homem tão galanteador.
A combinação de Errol Flynn e Olivia de Havilland é considerada umas das mais bem-sucedidas do cinema e conta com as seguintes películas, além das mencionadas acima: A Carga da Cavalaria Ligeira (The Charge of The Light Brigade, 1936), As Aventuras de Robin Hood (Robin Hood, 1938), Amando Sem Saber (Four's a Crows, 1938), Uma Cidade que Surge (Dodge City, 1939), Meu Reino Por um Amor (The Private Lives of Elizabeth and Essex, 1939), A Estrada de Santa Fé (Santa Fe Trail, 1940) e O Intrépido General Custer (They Died With Their Boots On, 1941).
OLIVIA DE HAVILLAND E LESLIE HOWARD
Divulgação/Gif |
Lauren Bacall era apaixonada por Leslie Howard quando era mais nova e a personagem de Olivia de Havilland no filme Somos do Amor (It's Love I'm After, 1937) também! A atriz interpretava uma fã chamada Marcia que apaixonada pelo ator, Basil, vivido por Leslie, fazia o impossível para ficar com ele: o único problema era a namorada famosa dele, a atriz Joyce Arden, interpretada por Bette Davis, que não aceitava o fim da relação.
Esta foi a primeira combinação nas telonas de Olivia e Leslie, que dois anos depois, interpretariam Melanie e Ashley Wilkes no épico E o Vento Levou (Gone With The Wind, 1939). O incrível são as conexões de Somos do Amor com E o Vento Levou, que além da parceria de Olivia com Leslie, ainda conta com uma menção a Clark Gable quase no final do filme - vale lembrar que ele interpretaria Rhett Butler, o galanteador e par ideal de Scarlett O'Hara, interpretada por Vivien Leigh.
Bette Davis, segundo o livro The Girl Who Walked Home Alone: Bette Davis A Personal Biography de Charlotte Chandler ficou super animada com a perspectiva de contracenar com sua amiga, Olivia - o primeiro de quatro filmes das duas juntas. Outra coincidência é a presença de Alan Ladd no filme, em uma pequena ponta - ele também seria outra co-estrela constante de Olivia de Havilland.
OLIVIA DE HAVILLAND E GEORGE BRENT
Divulgação/Gif |
A parceria entre George Brent e Olivia de Havilland prova como Hollywood é bem pequena: Bette Davis, uma de suas melhores amigas, já afirmou para quem quisesse ouvir que sua co-estrela favorita era George Brent, e ele acabou contracenando várias vezes com Olivia, a começar pela película Onde o Ouro se Esconde (Gold is Where You Find It, 1938) que foi o primeiro filme a cores interpretado por nossa atriz centenária. Nele, ela interpreta Serena Ferris, filha do coronel interpretado por Claude Rains, que se apaixona por Jared Whitney (George Brent) e enfrenta a desaprovação de seu querido pai.
O próximo filme dos dois atores foi Asas da Esquadra (Wings of The Navy, 1939) que conta a história de dois amigos, Jerry, vivido por John Payne, e Cass, interpretado por George Brent, que são super competitivos, ainda mais quando Jerry se apaixona pela noiva de seu amigo, Irene, interpretada por Olivia, quando Cass sofre um acidente quase fatal.
O último filme em que Olivia interpreta um par romântico com Brent é em Nascida Para o Mal (In This Our Life, 1942), ao lado de sua amiga Bette Davis, no qual elas interpretam irmãs que fazem de tudo para tornarem suas vidas ainda mais complicadas, roubando maridos em um dos papeis mais malvados de Bette. O diretor do filme, aliás, é John Huston, com quem Olivia de Havilland teve um caso de longa duração.
OLIVIA DE HAVILLAND E DAVID NIVEN
Divulgação/Gif |
A primeira vez que Olivia de Havilland e David Niven trabalharam juntos foi no filme A Carga da Cavalaria Ligeira (The Charge of The Light Brigade, 1936), no qual Niven interpretava o capitão James Randall, o primeiro papel importante do ator no cinema. Olivia, é claro, fazia o par romântico de Errol no filme e Niven sempre deixou claro que não gostava do ator antes de trabalhar com ele. Assim que passou a conhecer Errol melhor, os dois se tornaram melhores amigos.
Olivia logo trabalhou com David Niven novamente, desta vez no filme Raffles (idem, 1939). O diferente era que o ator seria creditado primeiro na película. Sobre isso, Niven, de acordo com sua biografia David Niven: The Man Behind the Balloon de Michael Munn, contou: "Parece realmente idiotice se preocupar com créditos no filme e eu sei que o público não liga para isso, mas isso importa para nós. Isso importa para nossa vaidade e nosso ego." Neste filme, Niven interpretou um ladrão jogador de cricket que se apaixona pela rica Gwen, vivida por Olivia de Havilland.
O filme é uma típica história romântica, perfeita para o galanteador Niven e para a doçura e elegância de Olivia.
OLIVIA DE HAVILLAND E HENRY FONDA
Divulgação/Gif |
Henry Fonda é, possivelmente, um dos astros mais amados de Hollywood: com seu carisma sensacional e seu charme, ele também tinha uma amizade linda com James Stewart, que, inclusive namorou com Olivia de Havilland no final dos anos 30 e começo dos 40. Olivia era louca por Jimmy, mas os dois se separaram quando todos mais esperavam que eles se casassem. Sobre isso, Olivia afirmou: 'Jimmy não estava pronto para ter uma esposa.' A única vez que eles atuaram no mesmo filme foi em Aeroporto 77 (Airport 77, 1977), mas não contracenaram juntos.
Mas Henry e Olivia logo se reencontrariam para participar do filme É Assim Que Elas Gostam (The Male Animal, 1942), no qual ela interpretava sua esposa Ellen, com ambos em uma crise de ciúmes ao voltarem para sua cidade natal e terem que lidar com suas quedas por outras pessoas no tempo de escola.
Exatamente 20 anos depois, os dois astros se reuniram para estrelar na peça da Broadway A Gift of Time (1962), no qual interpretam marido e esposa, que tem que lidar com o câncer do personagem de Henry. A última vez, aliás, que os dois atuaram juntos foi no filme O Enxame (The Swarm, 1978), embora não tenham contracenado juntos.
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