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Cinco atrizes que quase conseguiram o papel

Em Hollywood um papel pode definir uma carreira. Afinal, quando pensamos em James Dean logo Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1956) vem à mente. Com Fredi Washington, pensamos em Imitação da Vida (Imitation of Life, 1934) e com Clark Gable sempre será o charmoso capitão Butler de E o Vento Levou...(Gone with The Wind, 1939). 

Isso, no entanto, não significa que esses são os únicos filmes bons dos atores, mas que são, simplesmente, os mais adorados pelos fãs. Mas o que acontece para que um ator ou atriz consiga o papel desejado? Seria sorte? Talento? Ou apenas uma ajuda das pessoas certas? 

Depois de uma bem-sucedida versão de atores e atrizes que quase conseguiram papeis importantes, nós da Caixa de Sucessos fazemos um apenas com atrizes que quase conseguiram um papel em particular, mas não necessariamente um bom! Confira! 

ANGELA LANSBURY COMO AMBER EM ENTRE O AMOR E O PECADO (1946)

Divulgação/Montagem
Quando o livro Forever Amber, ou na tradução, entre o Amor e o Pecado de Kathleen Winsor foi lançado em 1944 ele se tornou um bestseller imediato e a mistura entre amor, traição e a história do século XVII o transformou em uma sensação quase tão grande quanto o lançamento de E o Vento Levou...(1939). 

Assim, o direito da obra foi comprada pela 20th Century Fox, o estúdio do qual Linda Darnell era contratada. A atriz tinha certeza que ela deveria interpretar Amber no longa, mas ela não era o primeiro nome da lista de atrizes consideradas. Vivien Leigh, Margaret Lockwood foram consideradas primeiro, mas foi a novata Peggy Cummins que conseguiu o papel porque o diretor do estúdio Daryl F. Zanuck havia gostado dela, como conta o livro Linda Darnell and The American Dream de Ronald L. Davis.

O problema era que Peggy era extremamente inexperiente e com cinco semanas de filmagem sob a direção de John Stahl, não estavam fazendo nenhum progresso. Zanuck demitiu o diretor, mas finalmente teve que admitir que o problema era a atriz. Cornel Wilde que interpretou Bruce Carleton no filme, contou: "Peggy mostrava as mesmas expressões nos 39 dias. No fim deles, Zanuck finalmente admitiu que ela não daria para o papel. Ele finalmente desistiu e queimou todo o filme para que ninguém visse o erro terrível que ele havia cometido." 


Assim, o produtor chamou o diretor Otto Preminger para dirigir o longa e convidou Linda Darnell para o papel. Mas uma outra candidata, que divide a data de aniversário com Linda, era Angela Lansbury que havia cimentado seu lugar no cinema rapidamente, arrancando uma indicação de Melhor Atriz coadjuvante em 1945 pelo seu papel em À Meia Luz (Gaslight, 1944). Ela queria e muito o papel, e inclusive foi considerada, mas foi impedida por seu estúdio, a MGM, de sequer fazer um teste. 

RITA HAYWORTH COMO AURIOL EM TESTEMUNHA DA LOUCURA (1973)

Divulgação/Montagem
Se Rita Hayworth passou a tocha para Kim Novak no filme Meus Dois Carinhos (Pal Joey, 1956), mais de duas décadas depois a história era outra: Rita era a favorita para um papel que acabou ficando com Novak. 

O ano era 1972 quando Rita havia acabado de filmar A Divina Ira (Wrath of God, 1972) e estava extremamente debilitada pela doença de Alzheimer, embora na época ela ainda não tivesse sido diagnosticada e muitos achavam que seu comportamento vinha do alcoolismo. Rita esquecia de suas falas e tinha que ler uma por vez.

Isso não impedia que seu nome e seu talento fosse requisitado. Portanto, Rita já havia assinado o contrato para aparecer no filme Testemunha de Loucura (Tales That Wtiness Madness, 1973) e inclusive compareceu durante quatro dias nas filmagens do filme britânico, mas depois disso foi embora sem explicação e retornou para Hollywood. O livro Kim Novak on Camera de Larry Kleno revelou que posteriormente soube-se que Rita desistiu do filme por causa de uma doença.

Assim, depois que o produtor de A Testemunha da Loucura (1973) a chamou, Kim Novak mais uma vez serviu como substituta de Rita Hayworth nas telonas. 


JUNE ALLYSON COMO VERONICA EM A NOIVA DESCONHECIDA (1949)

Divulgação/Montagem
A Noiva Desconhecida (The Good Old Summertime, 1939) é uma refilmagem musical do filme estrelado por James Stewart e Margaret Sullavan - dois atores que tinham uma paixão platônica um pelo outro na vida real- e conta a história de um casal, vivido por Judy Garland e Van Johnson que se odeiam pessoalmente, mas se apaixonaram, sem saber, ao comunicar-se por cartas. 

June Allyson foi uma das parceiras de cinema mais constantes de James Stewart. Ao seu lado, a atriz, cantora e dançarina, atuou em três filmes com ele e mais uma vez esta curiosidade mostra como o mundo e também Hollywood é pequeno - June quase estrelou nesta refilmagem de A Loja da Esquina (The Shop Around de Corner), um dos primeiros filmes de seu amigo Stewart. 

O ator Van Johnson já estava certo para o papel, mas quando June descobriu que estava grávida de seu primeiro filho com o ator Dick Powell, ela resolveu sair do filme e aproveitar a gravidez, deixando que Judy ficasse com o papel.

Mas de acordo com a biografia Van Johnson MGM'S Golden Boy de Ronald L Davis, Garland não estava feliz fazendo A Noiva Desconhecida (1949) e muitas vezes aparecia tarde ou nem aparecia! 



SIMONE SIGNORET COMO RACHEL EM BARRABÁS (1961)

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Silvana Magnano é uma das atrizes italianas mais sexies de todas. Ela começou sua carreira ganhando o Miss Roma em 1946 e logo entrou para o mundo do cinema, graças ao seu romance com o também ator italiano Marcello Mastroniani.

Com performances em filmes como Arroz Amargo (Bitter Rice, 1949) e Anna (idem, 1951), a atriz logo chamou atenção do produtor Dino de Laurentiis, com quem ela se casou em 1949. Por isso, assim como muitas estrelas que casaram com pessoas importantes no mundo do entretenimento, como Sophia Loren e Carlo Ponti e Norma Shearer e Irving Thalberg, Silvana ganhou algumas vantagens.

E uma delas foi na produção de Barrabás (Barabbas, 1962). Dino de Laurentiis era o produtor do filme e apesar de não ter conseguido sua primeira escolha para a personagem principal, Yul Brynner, escalando Anthony Quinn no lugar, parecia que a atriz francesa Simone Signoret, ganhadora de um Oscar de Melhor Atriz por Almas em Leilão (Room on Top, 1959) era a favorita.

Ela viajou até Roma para fazer um teste com os figurinos, os cabelos e até nos cenários e a imprensa estava em peso documentando cada um de seus passos, inclusive enquanto ela conversava com o diretor do filme Richard Fleischer.

Simone Signoret chegando na Itália em 1961 e fazendo o teste                   Reprodução/Montagem
Parecia completamente certo de que Simone interpretaria Rachel no filme, mas uma semana depois Dino mudou de ideia - disse que queria sua esposa Silvana Mangano em Barrabás e ponto final. 

Assim foi feito.

FRANCE NUYEN COMO SUZIE EM O MUNDO DE SUZIE WONG (1960)


Divulgação/Montagem
Nem todas as estrelas da Broadway como Montgomery Clift e Barbra Streisand tem a sorte de conseguirem uma carreira sólida no cinema, apesar de serem ótimos atores. Julie Andrews, por exemplo, interpretava Eliza Doolittle em Minha Querida Dama na Broadway, mas o papel quando foi transformado em filme ficou para a mais experiente Audrey Hepburn. Felizmente, isso em nada feriu a carreira de Andrews. 

Esse foi quase o mesmo caso com a atriz France Nuyen, uma francesa de descendência chinesa, que interpretava a personagem Suzie Wong na Broadway no final dos anos 50 ao lado do ator William Shatner, o que o ator afirmou ser um desafio já que ela era nervosa e mal falava inglês. A peça contava a história de Suzie, uma prostituta que acaba se envolvendo com um artista sedutor. 

O interessante é que France foi contratada para fazer o filme O Mundo de Suzie Wong (The World of Suzie Wong, 1960), mas depois de um ataque nervoso, que muitos creditam ser por causa de seu relacionamento na época com Marlon Brando, ela foi despedida depois de alguns meses e foi escalada a atriz chinesa Nancy Kwan em seu lugar, de quem o produtor do longa Ray Stark havia notado em Hong Kong e gostado muito. 

Segundo a biografia William Holden de Michelangelo Capua, Ray logo demitiu o diretor vigente e contratou Richard Quine para refazer todo o trabalho. William, escalado como o pintor no longa-metragem, no entanto, disse que não se importava de fazer o filme quase todo de novo, já que acreditava que com Nancy teriam um melhor filme. 

O Mundo de Suzie Wong (1960) foi um fracasso nas bilheterias. 



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