Remakes não são novidades em Hollywood! Há o desenvolvimento de refilmagens de filmes como 'Dirty Dancing', 'Nosferatu' e até de 'Barbarella' - sempre com uma pitada atual, e muitos atores da primeira versão retornam em novos papeis. Mas são poucas as refilmagens que contam com as estrelas originais no mesmo papel.
Nesta A Listinha, revisitamos grandes clássicos e atores que reviveram papeis incríveis, anos depois, e com a mesma sagacidade de outrora.
Clark Gable em Terra de Paixão (1932) e Mogambo (1953)
Clark Gable era o grande galã dos anos 30 - e com uma parceria imbatível com a amiga, Jean Harlow - quando estrelou em Terra de Paixão (Red Dust, 1932). No filme, ele interpreta o jovem Dennis Carson, dono de um seringal na Indochina, agora Vietnã, que está envolvido com a prostituta Vantine, papel de Harlow.
Quando a esposa de um engenheiro chega ao local, a jovem Barbara, vivida por Mary Astor, Dennis se apaixona por ela e o roteiro se desenvolve. Vinte anos depois do primeiro filme, Clark voltou a interpretar o mesmo papel em Mogambo (idem, 1953), mas com o personagem de outro nome, Victor Marswell.
Ava Gardner, desta vez, interpreta o papel que era de Harlow enquanto Grace Kelly - com quem Clark se envolveu na vida real durante as filmagens - fazia o papel de Astor. Ambos os filmes, baseado na peça Red Dust de Wilson Collinson, foram sucessos de bilheteria.
Tyrone Power em Quem Ama... Castiga! (1937) e Esse Impulso Maravilhoso (1948)
Tyrone Power era outro galã indiscutível da era de ouro de Hollywood. Em 1937, ele ainda cimentava seu sucesso e foi colocado como par, mais uma vez, ao lado de Loretta Young. Os dois, com suas belezas óbvias, elevaram o filme Quem Ama...Castiga! (Love is News, 1937). Nele, Ty interpreta Stephen, um jornalista que persegue uma herdeira, Tony, vivida por Loretta, e para se vingar ela finge que os dois estão noivos.
O filme foi um sucesso e os dois, no total, estrelaram em cinco filmes juntos. Mais de dez anos depois, Tyrone reprisou seu papel no remake Esse Impulso Maravilhoso (That Wonderful Urge, 1948), desta vez com a também belíssima Gene Tierney - com quem ele tentou viver um romance, mas sem abertura da parte dela.
Em Esse Impulso Maravilhoso (That Wonderful Urge, 1948), Ty agora é o repórter Thomas e, diferente do original, ele persegue a herdeira durante uma viagem em Sun Valley, nos EUA. Ambos os longas, no entanto, foram sucesso de bilheteria.
James Stewart em Harvey (1950) e Harvey (1972)
James Stewart brilhou em ambos os filmes |
James Stewart é um grande ator e isso fica mais do que óbvio em Meu Amigo Harvey (Harvey, 1950), que ele estrelou como Elwood P. Dowd. Baseado na peça homônima de Mary Chase, James interpreta um homem excêntrico que tem como melhor amigo um coelho gigante e imaginário chamado Harvey. A irmã dele já não aguenta a situação e tenta interná-lo em um sanatório, mas as confusões apenas começaram.
O filme foi um sucesso e garantiu um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Josephine Hull, que vivia a divertida irmã mais velha. Harvey ganhou uma refilmagem em 1996 com Harry Anderson no papel que era de James e também Leslie Nielsen - porém antes disso Stewart reprisou o papel em um filme feito para a TV em 1972, ao lado de Helen Hayes.
James estrelou como Elwood em diversas versões da peça na Broadway e afirmou que ficou "muito satisfeito" com sua performance na obra de 1972. Em 2018, houve burburinho de mais um remake de Harvey estrelado, mas sem nenhuma novidade.
Ingrid Bergman - Intermezzo 1936 e 1939
Ingrid no filme sueco e também no americano - grandes sucessos |
Ingrid Bergman ainda não havia feito sua grande estreia em Hollywood em em meados dos anos 30, mas chamou atenção por seus papeis em filmes suecos como A Mulher que Vendeu a Alma (1938) - que virou um remake com Joan Crawford nos anos 40, o Um Rosto de Mulher (1941)- e em Intermezzo (1936). Em Intermezzo, ela vive Anita, uma jovem pianista que se apaixona por um violinista casado, papel de Gösta Ekman.
O produtor David O Selznick, que assistiu o filme em uma de suas passagens pela Suécia e se apaixonou, resolveu levar Ingrid para a América. Assim, nasceu o remake de Intermezzo, desta vez de 1939, com Ingrid reprisando o papel da jovem Anita e Leslie Howard como o professor Holger.
Ambos os filmes foram um sucesso de bilheteria e cimentaram o grande talento de Ingrid - que se tornou uma das atrizes mais requisitadas e renomadas de Hollywood. Em sua autobiografia My Story, ela relembra que se recusou a mudar a aparência natural como muitas estrelas da época faziam - e essa se tornou sua marca registrada.
Sean Connery - Thunderball e Never Say Never Again (007)
Sean Connery como seu personagem mais famoso: James Bond |
O nome é Bond, James Bond. Provavelmente você está pensando: por que Connery está nesta lista por filmes diferentes de 007? E é aí que você se engana! Em 007 contra a Chantagem Atômica (Thunderball, 1965), o ator precisa lutar contra o tempo para encontrar as ogivas nucleares da Spectre e impedir que o mundo inteiro seja destruído ou fique à mercê da instituição.
Esse foi o quarto filme de Bond estrelado por Sean Connery. Corta para 007 - Nunca Mais outra Vez (Never Say Never Again, 1983), que conta com Sean reprisando seu papel como Bond na mesma trama de 1965: o livro Thunderball de 1961, escrito por Ian Fleming. Essa foi a sétima e última vez de Connery no papel de Bond.
Em ambos os filmes, baseados no mesmo livro, o Bond de Connery precisa lutar contra a Spectre e suas ogivas nucleares. O livro, por ter sido publicado após uma ideia de Fleming para roteiro com os colegas Kevin McClory e Jack Whittingham (sem creditar os dois), enfrentou diversos problemas de direitos autorais.
Penélope Cruz em Presos na Escuridão e Vanilla Sky - 1997 e 2001
Penélope Cruz fez um grande sucesso em filmes |
Penélope Cruz já era uma estrela consolidada na Espanha ao estrelar o filme Presos na Escuridão (Abre los ojos, 1997) como Sofia. No longa, dirigido por Alejandro Amenábar, ela conhece César, vivido por Eduardo Noriega, em uma festa e eles se apaixonam. Após a insistência de uma ex-namorada ciumenta, ele acaba perdendo a sua beleza e se vê envolvida em uma sequência de situações estranhas.
Em 2001, Hollywood decidiu fazer um remake do sucesso espanhol e assim nasceu Vanilla Sky, estrelado por Tom Cruise e Cameron Diaz. Cruise ficou encantado pelo filme e comprou os direitos dele, chegando a indagar o diretor se Penélope era alguém fácil com quem se trabalhar. Os dois tiveram um caso nos bastidores do longa - uma adaptação fiel de Abre los ojos.
Em ambas as obras, Penélope interpreta o arquétipo da mulher perfeita - um tipo de manic pixic dream girl - em que ela está ali apenas para impulsionar a narrativa do protagonista homem. Linda, feminina, ela é descrita como um sonho transformado em realidade.
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