Tarcísio Meira e Glória Menezes formaram um dos casais mais emblemáticos da teledramaturgia brasileira. Eles se conheceram no teleteatro Uma Pires Camargo, em 1961, da extinta TV Tupi, mas o ator já havia a visto durante os ensaios de As Feiticeiras de Salém no ano anterior. Confirme relatou Tarcísio para o O Globo, o amor foi à primeira vista: "De repente, passou aquela coisinha linda. Eu falei: 'O que é isso?'. Algum tempo depois, fomos chamados para fazer um teleteatro, Uma Pires Camargo (1961), e ficamos amigos".
A amizade logo floresceu e, quando Glória estava no Festival de Cannes para a première do filme O Pagador de Promessas (1962), Tarcísio mandou flores e um cartão escrito "volte, volte, volte". A tática funcionou e, no ano seguinte, eles protagonizaram a primeira novela diária do país 2-5499 — Ocupado (1963), na TV Excelsior, no qual Tarcísio se apaixona pela voz da amada, interpretada por Menezes.
Assim que Glória, nome artístico de Niceldes Soares, conseguiu o desquite, ou seja, o divórcio de Arnaldo Brito - com quem teve os filhos Maria Amélia e João Paulo - ela se casou com Tarcísio Magalhães Sobrinho, seu eterno Tarcísio em 10 de outubro de 1963. Os dois saíram da TV Tupi e assinaram um contrato exclusivo com a Excelsior, o que quase gerou um processo por quebra contratual. Em 22 de agosto de 1964, nasceu o primeiro e único filho do casal, Tarcísio Magalhães Filho.
Tarcísio e Glória em 2-5499 — Ocupado (1963) |
Glória, Tarcísio e o filho em 1967 Cinelândia |
Máscara da Traição (1969)
Glória Menezes e Tarcísio Meira em A Máscara da Traição (1969) |
Após anos atuando juntos em telenovelas, o casal decidiu protagonizar seu primeiro filmes juntos: o A Máscara da Traição (1969), dirigido por Roberto Pires. No longa, Glória Menezes interpreta Cristina, uma mulher que planeja com seu amante César, vivido por Claudio Marzo, roubar a renda de um jogo clássico do Maracanã e culpar o marido Carlos Almeida, vivido por Tarcísio Meira, que é chefe da tesouraria do estádio.
O filme, que custou mais de 250 milhões de cruzeiros velhos, foi totalmente gravado na baia de Guanabara, com cenas no Maracanã, Vista Chinesa e Museu da Arte Moderna. Outros cenários usados foram o Solar da Fossa e o Monte Líbano. O diretor Roberto decidiu chamar nomes populares das telenovelas, além de gravar o filme em cores, para chamar atenção do público:
É uma tentativa de conquistar um público novo para o cinema brasileiro, ou seja, o telepúblico. Quando reuni os três [Glória, Tarcísio e Claudio] estava pensando nos milhares de telespectadores da TV que não vão ao cinema, justamente por falta de apelo. Foi justamente essa grande massa de telespectadores - 800 mil só no Maracanã - que me levou a buscar uma nova aventura comercial para os nossos cinemas. - Roberto para O Jornal, 1969.
Tarcísio e Roberto Pires nas gravações de 'A Máscara da Traição (1969)' |
Meu Primeiro Baile (1972)
Glória interpreta uma jovem desejável e Tarcísio é um padre |
Maria Amélia Brito interpretou a versão mais nova de Glória no telefilme |
Independência ou Morte (1972)
Tarcísio Meira e Glória Menezes no controverso filme |
Tarcísio e o filho (além de Glória) nos intervalos da gravação Revista Intervalo/Montagem |
Os antigos salões do Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, foram transformados em estúdios, além do Palácio do Catete, a Casa da Marquesa de Santos, o Convento de Santo Antônio e o Teatro Municipal de Niterói, com a pesquisa de duas professoras da USP (Universidade de São Paulo), argumento de Abílio Pereira de Almeida e Péricles Pinheiro. A produção foi de Osvaldo e Anibal Massaini e o roteiro adaptado por Anselmo Duarte, Carlos Coimbra, Dionísio Azevedo e Lauro César Muniz.
Tarcísio ao lado de Dom Pedro e João e a cena do 'Independência ou Morte' |
Tarcísio e Glória nos bastidores do filme |
O Caçador de Esmeraldas (1979)
Tarcísio e Glória durante as filmagens de O Caçador de Esmeraldas (1979) |
Glória ao lado do grande ator Jofre Soares |
Tarcísio e Glória em momentos descontraídos em família |
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